A menstruação é um tabu social histórico. Desde sempre mulheres de todo o mundo criaram soluções engenhosas para que o fluxo menstrual não as privasse de ir à escola ou de ter um emprego. Desde o papiro no Egipto, à lã em Roma, aos panos na idade média, até ao penso higiénico descartável do século XX. Todas estas evoluções tecnológicas (nunca mencionadas nos livros de histórias) são cruciais para entendermos o papel das mulheres nas sociedades. A diversidade de produtos menstruais descartáveis a que temos acesso hoje acompanhou os padrões de consumo do último século.
O tabu persiste: a menstruação continua a ser uma coisa suja que temos que "higienicamente" descartar.
Atualmente uma consumidora de descartáveis menstruais gasta em média 25 destes absorventes em cada ciclo. Ou seja, pode chegar a utilizar mais de 10.000 descartáveis em cerca de 35 anos de menstruação.
A acumulação de lixo menstrual começa a destacar-se de entre todo o tipo de desperdicio que produzimos e o planeta exige que nos tornemos mais responsáveis pelos nossos consumos.
Urge uma nova revolução de costumes e uma nova visão da menstruação desestigmatizada.
Nas últimas décadas vemos surgir novas soluções de absorção menstrual reutilizáveis, inspiradas em exemplos históricos ou novas invenções com as funcionalidades práticas, ergonómicas e de conforto dos industriais mas com tempo de utilidade muito superior.
A validade mais extensa de um penso reutilizável também permite uma poupança económica significativa ao longo da vida.
O acesso e o custo dos produtos de utilização única são também fatores limitantes para muitas mulheres, não só em países menos desenvolvidos.